A baixa representatividade de mulheres no Conselho de Administração de diversas empresas pelo país é reveladora de uma série de questionamentos sociais estruturais.
Assim, em passos lentos, o número cresce entre as cadeiras dos boards no Brasil, atingindo o número de apenas 25% de representatividade, segundo dados de pesquisas.
Desse modo, percebe-se que ainda há muito o que evoluir para pluralidade, qualidade e inovação em todo o globo.
Por isso, a Funarbe visa incentivar uma maior participação de mulheres no conselho em seu Edital vigente.
Mulheres no Conselho: um comparativo ao redor do mundo
O Conselho de Administração faz parte da estrutura organizacional de diversas empresas, inclusive da Funarbe. Este é o órgão superior e responsável pelas decisões com relação aos objetivos e às estratégias gerais de organização e gestão.
Entretanto, segundo dados revelados pela Deloitte e outros pela Page Executive, as mulheres ocupam uma pequena e batalhadora parcela desse grupo. De acordo com a Unidade de Negócio da PageGroup, apenas 25,3% das cadeiras dos conselhos são ocupadas por mulheres.
Desse modo, entende-se que em tempos onde a pauta de governança, juntamente com social e ambiental, estão em alta, é de suma responsabilidade um olhar mais assertivo viabilizando projetos em gênero, ética e raça.
A presença feminina e a diversidade nas cadeiras
Conforme o último relatório da Deloitte, com enfoque na representatividade feminina, “Women in the boardroom: a global perspective”, divulgado em 2022, percebe-se a baixa ou praticamente inexistente diversidade presente nesses órgãos.
Contudo, o número que já é ruim pode ficar ainda pior quando analisa o que se esconde por trás dele. Sendo a média dos países entrevistados, alguns revelam uma presença feminina de 40%, enquanto outros, como a Coréia, limitam as mulheres a até 5% das cadeiras disponíveis.
Ou seja, em cada um dos quatro cantos do mundo, há uma realidade diferente que se aproxima ou afasta ainda mais da equiparidade com os homens. Portanto, na América Latina, não seria diferente.
Por exemplo, o Brasil se encontra atrás de países como Chile (29,3%), Panamá (45,5%) e Colômbia (45,6%), segundo a Page Executive, em virtude de sua representatividade de 25,3%. Enquanto isso, também fica a frente de países como Peru (21,1%), Argentina e México (19,2%, cada).
Em virtude disso, a Rede Brasil – Pacto Global da ONU lançou uma iniciativa de equidade de gênero. Essa visa aumentar a representatividade feminina em pelo menos 30% até 2025 e 50% até 2036.
As mulheres no Conselho da Funarbe
Ainda que dados mostrem que a equiparidade nos conselhos possa vir a ser conquistada somente em 2036, aqui na Funarbe, as mulheres já ocupam esses espaços.
O Conselho de Administração da Funarbe é composto por doze cadeiras, e atualmente, quatro dessas já são ocupadas por mulheres. Ou seja, 40% de representatividade feminina, número este que pode aumentar em virtude da vacância de duas cadeiras que estão com Edital em aberto.
Assim, visamos fortalecer o relacionamento e abrir caminhos para que mais mulheres façam parte do Conselho da Funarbe.
Cristina Mattos Veloso Departamento de Zootecnia
Tereza Angélica Bartolomeu Departamento de Educação Infantil
Denise Bazzoli Representante do Conselho Técnico da UFV
Luiza Vidigal Castro Departamento de Nutrição
A busca pelo equilíbrio e desenvolvimento contínuo
Ao longo da história da Funarbe, diversas mulheres passaram pelo corpo do nosso Conselho de Administração e Fiscal, deixando seu legado e contribuição. Em alguns casos, são rápidos mandados, em outros, anos de dedicação, carinho e amor fortalecido em prol de contribuir positivamente para um todo.
Essa é a passagem de Eveline Moura, que durante oito anos, de 2014 a 2022, foi representante externa da Embrapa no Conselho da Funarbe, e “ao pegar amor” pôde fazer parte de um período crucial para a evolução da governança e prosperidade da Fundação.
Em 2023, tivemos à frente dessas cadeiras, como Presidente, a Profª Giovana Rossi, membro experiente do conselho, com mandato nos períodos de 2009 a 2011 e 2015 a 2023. Assim como Eveline, foi fundamental para a reestruturação e fortalecimento de uma Fundação de Apoio de excelência frente aos órgãos reguladores.
Por fim, a atual conselheira, Profª Luiza Castro, do Departamento de Nutrição, também reforça o quanto o cargo possibilita aos professores participar de discussões e contribuir de maneira efetiva no ensino, pesquisa, extensão e inovação e empreendedorismo.
Como se tornar uma conselheira da Funarbe?
A partir de pesquisas mundiais, entende-se que a participação das mulheres em cargos de conselho possibilita uma maior segurança e eficiência. Assim, as tomadas de decisões da instituição tornam-se mais diversas, inclusivas e estratégicas.
Entretanto, ao contrário do que se imagina, não é necessário qualquer preparo prévio. A Funarbe garante treinamentos a todos os conselheiros sobre governança, ética, integridade e demais temáticas necessárias para a melhor execução de seus papéis.
Desse modo, em decorrência da sua curiosidade, uma de nossas conselheiras, a Profº Denize Bazzolli aventurou-se ao cargo. Nele pôde aprimorar seu conhecimento em gestão e estar mais envolvida com as pautas de relevância, sendo um catalisador e potencializador de ações dentro da comunidade acadêmica.
Portanto, se você é docente efetivada em atividade na Universidade Federal de Viçosa e deseja fazer parte desse grupo, confira o Edital de Conselheiros em aberto. As inscrições estarão disponíveis até o próximo dia 23 de fevereiro às 18h.
Saiba mais sobre o Edital em: https://funarbe.org.br/2024/02/05/edital-conselho-de-administracao-fevereiro-2024/
Referências:
DE ALMEIDA, Fernanda. Mulheres avançam e ocupam 25,3% das cadeiras em conselhos no Brasil. Forbes, 2023. Disponível em: https://forbes.com.br/forbes-mulher/2023/12/mulheres-avancam-e-ocupam-253-das-cadeiras-em-conselhos-no-brasil/ Acesso em: 19 de fevereiro de 2024.
DELOITTE. Women in the Boardroom. 2022. Disponível em: https://www.deloitte.com/global/en/services/risk-advisory/research/women-in-the-boardroom-seventh-edition.html Acesso em: 31 de outubro de 2023.SCHNEIDER, Suelen. Há mais mulheres em conselhos de administração. Mas ainda é pouco. MIT SLOAN Brasil, 2023. Disponível em: https://mitsloanreview.com.br/post/ha-mais-mulheres-em-conselhos-de-administracao-mas-ainda-e-pouco . Acesso em: 19 de fevereiro de 2024.
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